segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Quem foi Mário Cravo

Mário Cravo foi o fundador e primeiro prefeito de Cravolândia
Mário da Silva Cravo, comerciante e exportador, nasceu em 18 de outubro de 1896, no antigo distrito de Pedrão, depois município de Irará, Bahia, e faleceu em 11 de março de 1986 em Salvador. Filho de Joaquim da Silva Cravo e Áurea Ribeiro Cravo, casou no Rio de Janeiro, na igreja de Andaraí, com Marina Jorge Cravo, filha do Almirante Aminthas José Jorge e tiveram 4 filhos: Mário Cravo Júnior (Marito); Aminthas Jorge Cravo (Cravinho), Rosa Jorge Cravo e Dália Jorge Cravo.

"Travessuras" na juventude
Mário Cravo estudou no Colégio dos Maristas em Alagoinhas, depois no de Salvador. Quando jovem, ainda morando em Alagoinhas, participava de um grupo de rapazes afeitos a farras e brigas, nada além do normal para “moços solteiros”, inclusive com seu tio Augusto, irmão de sua mãe Áurea, amigo inseparável, personagem frequente nas “travessuras” da sua juventude, relatadas pelo próprio Mário em seu livro “Um homem de boa fé” (1975). Essas “artes”, no sentido de peraltices, eram repreendidas e punidas por seu pai Joaquim, descrito por Mário Cravo como um homem de temperamento impulsivo, muitas vezes com “surras”, “tabefes” ou ações semelhantes. Em seus relatos percebe-se o reconhecimento dos erros cometidos, salientando a posição de sua mãe, referindo-se a ela como “meu anjo de guarda”, sempre meiga, acolhedora e encobrindo as “traquinagens” praticadas.



A esposa Marina
Além de esposa dedicada, Marina Cravo cuidava da educação dos filhos. Como gostava de literatura e poesia, foi responsável pelos primeiros contatos dos filhos com os livros e, embora não gostasse da política partidária, sempre apoiou o esposo Mário Cravo nos momentos difíceis da sua vida empresarial e política, inclusive ministrou aulas particulares de inglês, francês e alemão, e foi sua intérprete nas viagens internacionais (CRAVO, 1975).

Cargos que Mário Cravo ocupou
Durante sua vida comercial Mário Cravo foi sócio e ocupou o cargo de presidente em várias empresas: Cravo e Cia.; Joaquim Cravo & Cia.; Joaquim Cravo & Filho; Indústria Pastoril Palestina S/A (1948-1970); Comercial e Agrícola (1950-1960); Cravo & Filho Ltda.; Automóveis Bahia S/A – AUTOBASA (1960-1970); Cravo Motor S/A; Tabacalera do Brasil S/A; Café Cravo S/A; Mário da Silva Cravo S/A – Importação e Exportação.
Além de ser sócio de seu pai Joaquim na firma Cravo & Cia., em Alagoinhas, Bahia, Mário Cravo vendia tecidos e miudezas. Como a freguesia não pagava, a situação se agravou e foram aconselhados a pedir concordata. Os envolvidos nesse acordo não cumpriram o combinado e o comércio faliu. Para salvar a firma, recorreram ao amigo Epifânio José de Sousa que colocou à disposição a importância necessária para sustar o leilão, pagar os credores e encerrar os negócios (CRAVO, 1975).

Representante de empresa de tecidos
Com o fechamento da Cravo e Cia.; “viajando de trem e em cima de animais” Mário Cravo tornou-se sócio representante no interior da Bahia, das firmas de tecidos Teixeira Chaves & Cia., do Rio de Janeiro, e da antiga organização comercial Cabral e Machado, exportadora de sal de Aracaju, Sergipe. A empresa de tecidos, satisfeita com o desempenho de Mário, aumentou sua comissão de 3% para 5%. Seu Joaquim, receando que o filho fosse embora para o Rio de Janeiro, abriu uma nova firma comercial, a Joaquim Cravo & Filho, em Alagoinhas. Mário Cravo continuou viajando como representante e fazendo compra de cereais, fumo em folha e em corda, para sua própria firma. Com as economias adquiriu um imóvel em Alagoinhas, depois vendeu, fazendo um bom negócio. (CRAVO, 1975).

Negociando com a Alemanha
Como o comércio ia bem, Mário Cravo resolveu negociar diretamente com a Alemanha, fechando um contrato de 250 fardos de fumo. Contudo, nos cálculos, esqueceu de incluir o valor do frete, sendo essa primeira exportação sem lucros. Em compensação, a mercadoria agradou aos fregueses que compraram outra partida de 5.000 fardos. Todavia, como a firma não tinha capacidade financeira para adquirir essa elevada quantidade e exportar, Mário Cravo foi para a Alemanha diretamente negociar, e dessa época em diante, tornou-se um dos maiores exportadores de fumo do estado da Bahia (CRAVO, 1975).
Como fazendeiro, Mário Cravo comprou terras no município de Santa Inês, e transformou a Fazenda Palestina num exemplo de propriedade produtiva, conforme testemunhado por todos que trabalharam e visitaram aquela fazenda (1948 – 1999).

 FONTE: Texto da obra de Suzana Oliveira Coelho: “Meus Olhos d´Água, Cadê? De Olhos d´Água a Cravolândia”.
Fotos: Fundação Mário Cravo


Um comentário:

  1. Parabéns ótimo texto, passei várias vezes pela linda Palestina com meu tio Martins, que era madeireiro em Ilha Formosa, popular Três Braços. Seria interessante vocês criar um material contando com mais detalhes a história de Mário Cravo, Cravolandia e também a história do Mário Cravo artista e famoso pelas suas obras de arte

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