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Mário Cravo foi o fundador e primeiro prefeito de Cravolândia |
Mário da Silva
Cravo, comerciante e exportador, nasceu em 18 de outubro de 1896, no antigo
distrito de Pedrão, depois município de Irará, Bahia, e faleceu em 11 de março
de 1986 em Salvador. Filho de Joaquim da Silva Cravo e Áurea Ribeiro Cravo,
casou no Rio de Janeiro, na igreja de Andaraí, com Marina Jorge Cravo, filha do
Almirante Aminthas José Jorge e tiveram 4 filhos: Mário Cravo Júnior (Marito);
Aminthas Jorge Cravo (Cravinho), Rosa Jorge Cravo e Dália Jorge Cravo.
"Travessuras" na juventude
Mário Cravo
estudou no Colégio dos Maristas em Alagoinhas, depois no de Salvador. Quando
jovem, ainda morando em Alagoinhas, participava de um grupo de rapazes afeitos
a farras e brigas, nada além do normal para “moços solteiros”, inclusive com
seu tio Augusto, irmão de sua mãe Áurea, amigo inseparável, personagem
frequente nas “travessuras” da sua juventude, relatadas pelo próprio Mário em
seu livro “Um homem de boa fé” (1975). Essas “artes”, no sentido de peraltices,
eram repreendidas e punidas por seu pai Joaquim, descrito por Mário Cravo como
um homem de temperamento impulsivo, muitas vezes com “surras”, “tabefes” ou
ações semelhantes. Em seus relatos percebe-se o reconhecimento dos erros
cometidos, salientando a posição de sua mãe, referindo-se a ela como “meu anjo
de guarda”, sempre meiga, acolhedora e encobrindo as “traquinagens” praticadas.
A esposa Marina
Além de esposa
dedicada, Marina Cravo cuidava da educação dos filhos. Como gostava de
literatura e poesia, foi responsável pelos primeiros contatos dos filhos com os
livros e, embora não gostasse da política partidária, sempre apoiou o esposo
Mário Cravo nos momentos difíceis da sua vida empresarial e política, inclusive
ministrou aulas particulares de inglês, francês e alemão, e foi sua intérprete
nas viagens internacionais (CRAVO, 1975).
Cargos que Mário Cravo ocupou
Durante sua vida
comercial Mário Cravo foi sócio e ocupou o cargo de presidente em várias
empresas: Cravo e Cia.; Joaquim Cravo & Cia.; Joaquim Cravo &
Filho; Indústria Pastoril Palestina S/A (1948-1970); Comercial e Agrícola (1950-1960);
Cravo & Filho Ltda.; Automóveis Bahia S/A – AUTOBASA (1960-1970); Cravo
Motor S/A; Tabacalera do Brasil S/A; Café Cravo S/A; Mário da Silva Cravo S/A –
Importação e Exportação.
Além de ser
sócio de seu pai Joaquim na firma Cravo & Cia., em Alagoinhas, Bahia,
Mário Cravo vendia tecidos e miudezas. Como a freguesia não pagava, a situação
se agravou e foram aconselhados a pedir concordata. Os envolvidos nesse acordo
não cumpriram o combinado e o comércio faliu. Para salvar a firma, recorreram ao
amigo Epifânio José de Sousa que colocou à disposição a importância necessária
para sustar o leilão, pagar os credores e encerrar os negócios (CRAVO, 1975).
Representante de empresa de
tecidos
Com o fechamento da Cravo e Cia.;
“viajando de trem e em cima de animais” Mário Cravo tornou-se sócio
representante no interior da Bahia, das firmas de tecidos Teixeira Chaves
& Cia., do Rio de Janeiro, e da antiga organização comercial Cabral e
Machado, exportadora de sal de Aracaju, Sergipe. A empresa de tecidos,
satisfeita com o desempenho de Mário, aumentou sua comissão de 3% para 5%. Seu
Joaquim, receando que o filho fosse embora para o Rio de Janeiro, abriu uma
nova firma comercial, a Joaquim Cravo & Filho, em Alagoinhas. Mário
Cravo continuou viajando como representante e fazendo compra de cereais, fumo
em folha e em corda, para sua própria firma. Com as economias adquiriu um
imóvel em Alagoinhas, depois vendeu, fazendo um bom negócio. (CRAVO, 1975).
Negociando com a Alemanha
Como o comércio ia bem, Mário
Cravo resolveu negociar diretamente com a Alemanha, fechando um contrato de 250
fardos de fumo. Contudo, nos cálculos, esqueceu de incluir o valor do frete,
sendo essa primeira exportação sem lucros. Em compensação, a mercadoria agradou
aos fregueses que compraram outra partida de 5.000 fardos. Todavia, como a
firma não tinha capacidade financeira para adquirir essa elevada quantidade e
exportar, Mário Cravo foi para a Alemanha diretamente negociar, e dessa época
em diante, tornou-se um dos maiores exportadores de fumo do estado da Bahia
(CRAVO, 1975).
Como fazendeiro, Mário Cravo
comprou terras no município de Santa Inês, e transformou a Fazenda Palestina
num exemplo de propriedade produtiva, conforme testemunhado por todos que
trabalharam e visitaram aquela fazenda (1948 – 1999).
FONTE: Texto da obra de Suzana Oliveira
Coelho: “Meus Olhos d´Água, Cadê? De Olhos d´Água a Cravolândia”.
Fotos:
Fundação Mário Cravo
Parabéns ótimo texto, passei várias vezes pela linda Palestina com meu tio Martins, que era madeireiro em Ilha Formosa, popular Três Braços. Seria interessante vocês criar um material contando com mais detalhes a história de Mário Cravo, Cravolandia e também a história do Mário Cravo artista e famoso pelas suas obras de arte
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